26/11/2011

A procura de um novo coração

 Meia noite, estava andando atrás de um coração pra chamar de meu. A noite estava muito bonita, e sabia que naquela noite encontraria o que tanto desejava. Eu estava usando meu melhor terno, estava um pouco sujo de sangue, mas não deixa de ser o melhor! Minha calça estava um pouco rasgada mas os sapatos davam um contraste.
 Depois de muito procurar, cansado e quase sem esperança eu a ví. Estava tão linda naquele vestido branco de bolinhas vermelha. Fui me aproximando dela aos poucos, para não assusta-lá mas não conseguí. Logo que ela me viu começou a gritar. Os gritos dela era como Bethoven para meus ouvidos. Eu gostava da maneira que ela gritava. Seu perfume era o medo exalando pelos poros. Como é bom isso!
 Ela tinha o que eu procurava naquela noite. Quando a agarrei, ela tentou me bater mas não conseguia. Talvez o medo deixem as pessoas mais fracas e vulnerável. Tentava falar com ela mas ela parecia não me entender. Eu sussurava que queria seu coração, conseguia ouvir seus batimentos cada vez mais acelerado e sua respiração se tornava mais ofegante.
 Fiz o que tinha que ser feito. Eu a matei. E ela matou minha vontade de um novo coração. Foi um momento hibrido. Esperei por horas até que ela viria a abrir seus olhos novamente. Nós conseguimos nos entender.
 Então disse a ela que seu coração (ou amor) estaria seguro comigo. Ela não entendia o motivo ainda. Não sabia que tinha se tornado um zumbi e que passaria sua morte ao meu lado e acabou se acostumando com a ideia de viver a morte comigo. Eu a olhei e estava muito sexy, seu vestido branco com bolinhas estava com um tom de sangue muito horror.
 Eu a levei para conhecer minha casa. Tinha um belo jardim, alguns vizinhos. A maioria só durmia enquanto nós curtiamos a noite. Era um belo cemitério. Por alí ficamos assistindo os vizinhos se levantarem de suas covas e irem atrás de seus corações também.
  Isso não poderia ter acabo da melhor maneira. Já que a vida é passageira, a morte é eterna. Então ela pode entender o signifcado de estar morta.


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